domingo, 18 de dezembro de 2022

Do meu jeito, eu te amo!



          A imagem que sempre tive de você era de um cara que só pensava em           futebol,  mulher e sexo, era resmungão, estourado, machão, triste, raramente 

 sorria.

       Foi aí que você chegou de mansinho… os beijos, de chegada e despedida

 nos encontros com amigos,  eram dados nos cantinhos de minha boca.

       Como sempre foi difícil acreditar que alguém tivesse interesse por mim, levei

 alguns encontros tentando entender o que estava acontecendo, até que um dia, 

 perguntei e você respondeu. 

       Perdi um pouco a lembrança  da ordem dos fatos, mas saímos algumas vezes para comer pastel, pizza, bater longos papos e os beijos reais aconteceram.

       E como foi bom! Seu cheiro, seus beijos, o calor do seu corpo eram e são

 deliciosos. 

       Um dia, combinamos de jantar no siri, mas mudamos o rumo. Foi tudo

 estranho. Fiquei sem entender o que estava acontecendo, e você levou um ano.

 Exatamente um ano ( você marcava e desarcava) para conversarmos e voltamos

 a sair. É obvio que me perguntava o tempo todo o que eu tinha feito. Mas eu não

 tinha feito nada. Depois de muitos desencontros, finalmente sentamos e

 conversamos.

       Você me disse que achou que passou dos limites, e isso justificava muita

  coisa, e eu lhe disse que era grandinha e tinha feito e aceitado a escolha. Daí em

  diante voltamos a sair e bater longos papos, além de ter a oportunidade de

  conhecer uma outra pessoa: carinhosa, atenciosa, preocupada se eu estava bem.

  Aprendi e aprendo muita coisa com esta pessoa que  me foi permitido conhecer,

  que me estimula a ser melhor, desenvolver meu potencial e acreditar em coisas

  de mim que nem eu acreditava.

        Lembro uma vez que você perguntou: e aí? O que você pensa sobre isso? 

  E eu respondi: um dia de cada vez. Vamos deixar acontecer e então veremos. E 

  assim foi. E assim tem sido, até que um dia me apaixonei, e achei justo lhe

  contar. 

        Na mesma hora você respondeu na lata: eu não vou me apaixonar, e apesar

   de previamente  saber disso, doeu um pouco ouvir . Você sumiu mais um 

   pouquinho, mas desta vez  não demorou muito. Voltamos a sair. E toda vez é 

   sempre muito bom.

         Apesar de saber que amor romântico é coisa de adolescente, que não existe,

  que você não acredita nisso e que odeia padrões, o meu mundo cor de rosa 

  está sempre aqui. Fui aprendendo a ser mais racional e aproveitar o momento. O

  que era e é possível. Tem sido bom.

          As vezes que saímos é sempre ruim deixá-lo, mas é o que é. Cresci muito

  sexualmente. Aprendi que sexo é mais que natural e passei a gostar. Um dia, te

  enviei algo do meu lado cor de rosa, adolescente e você respondeu: Do meu jeito,

  eu te amo! Eu não sabia o que sentir naquele momento. Fiquei confusa pra variar

  um pouco, e me perguntava: qual o seu jeito de amar?

         Confesso que nunca pensei em ouvir isso de você, mas gostei muito de 

  ouvir. Ou ler. 

         Nunca lhe disse isso, pois sinceramente fico apreensiva se vai sumir.

  Mas você sabe que não precisa sumir. Seja lá qual for a sua decisão, vou    

  procurar entender e aceitar. Se sumir, vou sofrer um pouco, mas uma hora passa,

  como tudo  na vida.

         Por este motivo, acho que está na hora de dizer:

       Do meu jeito, eu te amo!  E que este amor seja eterno, enquanto dure para os dois. 

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Sobre cuidar

            Eu fiz tanta coisa hoje! Cheguei em casa e agora vou fazer uma sopa de legumes que eu adoro. Liguei a TV em um canal que passa vários filmes sobre o Natal neste período. Passava um filme (Uma Entrega Para O Natal) que estava num pedaço em que o cara dizia para a moça: sempre falamos que namorar é muito difícil. Repeti muitas vezes que " namorar dá trabalho". E não é tanto assim. Comecei a pensar no que hoje senti.

       A última tarefa do dia foi comprar flores para duas das minhas netas pois amanhã vai ter apresentação do Ballet e é comum as bailarinas ganharem flores. Claro que flores para elas não significam muita coisa, mas estou colocando junto, chocolates. 

       Passei na papelaria ali da esquina e comprei bolsinhas para que seja mais fácil delas carregarem. Ao lado, tem uma padaria maravilhosa e me dei o direito de um pão francês que adoro mas pouco como, e presunto.

      Olhei na vitrine e tinha umas azeitonas pretas, tipo portuguesas,  com uma cara ótima, e pedi 100gr. Saí em direção ao carro e a única coisa que eu pensava e sentia, era que queria ter alguém para cuidar. Queria estar levando o lanchinho para alguém. Imediatamente pensei: você está cuidando de você! E senti alegria com este lado Poliana que muitas vezes alimento. É óbvio q tem muita coisa boa em função disso, mas também tem muita coisa ruim. E assim vou seguindo. 

     

        Cuidar dos filhos foi bom, cuidar especialmente da Anny também. Tinha um lado bem pesado que evitei sentir pelos 30 anos que covivemos.


         Antes de ter alguém para cuidar, com muito amor e carinho como sempre fiz, preciso cuidar mais de mim. Talvez por este motivo esteja escrevendo isso. Uma das coisas que tenho ficado atenta, é rir, sorrir mais, como minha neguinha disse, com o ❤️.

         Rir, rir muito, não levar as coisas de modo tão sério!

         Vou conseguir! Tenho conseguido e é legal como acabo atraindo pessoas com mais leveza ! 






sexta-feira, 21 de maio de 2021

A cura

 

     Hoje, ao entrar aqui no Soldadinho de Chumbo do Recreio, me deparei  com a Dani. Infelizmente em época de pandemia, não pudemos nos abraçar. A nutricionista que não sei o nome, também estava ali, se apresentou e  teceu muitos elogios à escola. Perguntei se ela me conhecia e ela disse : pessoalmente não, mas conheço de fotos. Rimos. Que orgulho que senti dos meus filhos, nora e genro.

    Visitei todas as salas.

    Entrei  aqui hoje, com um sentimento muito diferente de todas as outras vezes. Sempre entrei como se nada disso me pertencesse. O mesmo eu sentia pela PRESC desde o início da pandemia. Tão forte, que  praticamente  a última vez que estive lá foi em 13/3/20. Hoje entrei aqui me sentindo dona, orgulhosa. Interessante... quem sabe agora eu consiga entrar lá também? Quem sabe eu consiga entrar, sentindo o mesmo que aqui : dona apreciando a obra... A passeio, olhando uma coisa ou outra?

    Estou me sentindo bem, feliz, e apesar de não “estar fazendo nada”, me sentindo útil..

    Confesso que exitei mil vezes antes e sair de casa. Quem sabe não é estando nesses dois lugares que meu livro será escrito?  Algo aqui dentro me diz isso...Me deu tanta vontade de escrever!

    Fiquei me perguntando: o que teria ocorrido para mudar o que sentia? Fiquei pensando. Acho que foi uma leve porradinha da vida ( mais uma ) mas desta vez bati na parede e não caí. Esfreguei uma mão na outra tirando a poeira e segui em frente me sentindo mais forte. Estranho. Parece que fui curada de uma grande dor. E como isso revolucionou aqui dentro de mim!

     Neste momento, só tenho a agradecer meus avós, minha mãe, meu pai, meu irmão, meus filhos Amanda , Anderson e Anny,  genro e nora, por este trabalho conjunto, cada um no seu tempo, cumprindo sua função!

                                         Escrito em 19/5/2021

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

E você se foi...

 E você se foi... ainda não acredito. Ainda acho que estou sonhando. 

Eu tenho tanta dificuldade de confiar, de reconhecer um verdadeiro amigo, e agora você se foi... Não consigo imaginar minha vida sem suas risadas, sem ver as sacudidas do peito, se dizendo angustiada ( sempre foi brincadeira ...) mas neste dia 17/12 você se disse angustiada. E estava de verdade . Revejo cada detalhe daquele exame... Combinamos de nos encontrar na tarde do dia 18. Você chegou bem antes. Tinha voltado de uma visita a pacientes. Estava ansiosa. E eu também. Passamos algumas horas conversando, nos emocionando, trocando experiências amorosas. Eu disse: estou com medo de sofrer e escutei: Lili, vai fundo . Eu estou aqui pra te acolher se precisar... e agora? Você não está mais aqui! Não está minha amiga tão querida e não está minha médica, que eu confiava e junto a você tomei uma decisão séria para este ano. E agora? Escutei você contar que tinha “ cismado que estava enfartando, que foi ao médico e isso foi afastado” . E aconteceu...

Ainda bem que contra qualquer protocolo, nos abraçamos, nos beijamos. A lembrança deste momento se repete muitas vezes na minha mente.

Fico me perguntando se este sentir da angústia não tenha sido por conta de estar sentindo antecipadamente o que iria acontecer.
Por outro lado, suas angústias e sua correria por dar conta de tudo, acabaram.
Desejo imensamente que estejas bem. Que vá dar uma olhadinha na minha filha... no seu pai...e que seja acolhida por eles...
Que seus amados filhos daqui, tenham força para lidar com este momento.
Fico negando sua partida... olho suas fotos sempre sorrindo e dói. Dói muito.
Fica comigo a certeza do nosso amor...da gratidão por tudo que fez por mim...
Até breve! 
Meu amor  pra você e por você será eterno...



quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Ahhhh o amor...

 

Ahhh o amor...

Muitas vezes na vida me perguntei se eu sabia o que era o amor... Com toda certeza, o amor para com meus filhos sempre foi  muito claro para mim e com certeza para muitas mães em relação a seus filhos, mas... e o amor entre amigos? Entre um homem e uma mulher? Sempre foi muito confuso pra mim. Sempre ficou na paixonite, que tem tempo de começar e terminar... e é muito rápido, ou então no “ eu gosto muito “, com medo, incerteza em assumir este amor ou ultrapassar limites antigos.

Neste momento eu vivo o amor. Se ele será pra toda vida, se vai durar um mês, um ano... Se é recíproco? Não sei, mas sei que hoje eu sinto amor e está muuuito gostoso. Não há cobrança, não há desentendimento não resolvíveis. Há aceitação, há dicas bacanas tanto de estímulos para seguir em frente nesta vida, crescer, amadurecer, evoluir, quanto para parar e pensar sobre alguma coisa que não está legal. 

A sensação que tenho hoje, é de preenchimento de um vazio de anos, iniciado talvez quando era criança.

Se isso não for amor, não sei mais de nada.

Sempre ouvi que o amor era maduro, que compreendia, que era parceria, entendimento, não julgamento, E é maravilhoso ver nos olhos de uma outra pessoa, a satisfação de estar ali contribuindo para nosso desenvolvimento, vibrando com nosso crescimento. Isso só foi possível pois tenho aprendido a ME amar.

A gratidão por tudo é tão grande, tão intensa, que não há palavras para descrever. A paz que transborda, a plenitude que se sente...

É querer  abraçar, beijar, ficar agarradinha, mas libertar. Sem nenhum sufocamento. É respeitar!

É saber que cada um tem a sua vida, mas que quando podem estar juntos, é maravilhoso.                                                                                                      

Isso me fez lembrar a Oração Da Gestalt – Terapia, que anexo aqui...

É... isso só pode ser o amor.




sábado, 21 de novembro de 2020

SOBRE PEDIR AJUDA

 
                              Sobre pedir ajuda                                       

Aprendi muito cedo a me virar sozinha. Devia ter uns 4, 5 anos. A partir daí, fui criando em mim uma independência. Não precisava de ajuda, não precisava pedir.

E muito disso eu fiz mesmo.

Ontem, ouvindo um mapa astral, a astróloga falou: então você é independente, não precisa de ajuda, não pede ajuda, se vira sozinha? Eu respondi : É, sou. E ri. Ri pois constatei que foi isso a vida toda, mas não precisa mais ser assim...

 Foi aí que mais  uma ficha caiu. Mas... a gente tem que aprender...

Fui então fazer um retrospecto da vida e das minhas atitudes.

Deus me enviou a Anny e tive que pedir muito contrariada, ajuda de diversas formas: financeira, física, emocional. Achei muito loucamente ( vejo isso hoje) que quando eu pagasse pelo serviço de alguém, não estava pedindo ajuda.

Tive que pedir ajuda no hospital, aos médicos, e por aí vai...

Operei e fiquei sozinha em casa, cuidando de mim mesma...Podia me virar sem problemas, E me virava mesmo. Eu só não percebia a que preço...

Mas  a conta chega e eu não aprendi tudo. Então Deus me enviou uma necrose no fêmur, no meio de uma pandemia, morando sozinha, numa casa enorme... E lá tive eu mais uma vez, que pedir ajuda...

Como cuidar da casa e de mim mesma usando duas muletas?

Creio que aprendi um pouco mais. Já peço ajuda sem me sentir mal, sem me sentir humilhada, e sabe? Está bom pedir ajuda. A muleta cai no chão e rapidamente encostam pessoas para pegar. Em momento anterior eu diria: Obrigada, não precisa. Ou me abaixava o mais rápido possível para não dar tempo de ter ajuda.Chamo esta ajuda de " ser mulherzinha ".

Chego em algum lugar e já querem pegar minha bolsa para eu não carregar peso... eu deixo ... de boa

Creio que estou caminhando, mas é um processo, um exercício diário, pois se deixar, digo que não precisa.

Quantas vezes na vida eu disse que não precisava de ajuda depois de me oferecerem, mas ficava com muita raiva por estar fazendo sozinha... e é interessante como eu ajudo as pessoas. Gosto de ajudar e me sinto bem e feliz quando faço isso.

Tenho constatado cada vez mais, que precisei me virar sozinha talvez por querer ser amada, pra ser boazinha e não dar trabalho, talvez por birra: já que não tenho, não quero mais... e por defesa, para não sofrer. Para não receber um não..

Só que o sofrimento sempre esteve ali... que loucura.

Está sendo bom andar devagar, aceitar ajuda e agradecer por ela... mas quero ir mais longe: quero me livrar das muletas, continuar pedindo auxilio e  agradecer por ele. Não quero ficar doente outra vez. Quero acolher minha criança, dar a ela o que ela sente que não teve, ajudá-la a seguir em  frente  comigo e dar a mim mesma todo carinho que eu quiser e que mereço.

domingo, 1 de novembro de 2020

As terapias que vivi e as marcas que ficaram


As terapias que vivi e as marcas que ficaram.

Julho de 2013


        Escrever sobe o tema foi um dos maiores desafios. Adoro escrever e para mim sempre 
é fácil. Desta vez, ainda sem saber o motivo, sinto-me travada na questão.

       Resolvi então iniciar, indo ao dicionário para saber o significado de TERAPIA, e vi que TERAPIA (é derivada da palavra grega therapeutikós - therapéia) = Tratamento (para simplificar).
    No mesmo momento pensei: se é para simplificar, por que me senti tantas vezes tão confusa e tão complicada em função do que vivi na sessão...?
      A pergunta fica no ar.
   Voltei então no tempo, quando fiz terapia pela primeira vez. Não lembro o nome da terapeuta, mas foi no Instituto da família, e não houve empatia. Ela me parecia muito inexperiente, embora eu mesma só tivesse 30 anos, ou melhor, 29. Estava grávida de minha 3ªfilha, tinha perdido um bebê anteriormente, meu casamento estava falido e eu queria me encontrar.. Pedi para trocar e trocaram. Também não lembro do nome, mas lembro perfeitamente da pessoa, do seu reloginho minúsculo, do seu nariz entupido e do quanto era bom ir lá. O que aprendi com ela, não sei dizer, mas acabo de lembrar que bem antes de buscar ajuda em um profissional, eu já buscava ajuda na leitura. Tudo começou por querer entender o porquê de tanta raiva. A raiva por tudo e por nada, sempre foi uma constante na minha vida. Vasculhando agora, creio que me dei conta dela em torno de 9/10 anos...
     Mudei de terapeuta pois ali naquele lugar tinha esgotado. Passei então para a Vanda, em Niterói, iniciada em torno de 1998 ano este que me separei.
Vanda era uma senhorinha dos seus 60 anos ( engraçado falar senhorinha quando eu tenho hoje 54 anos), pós graduada em sexualidade e tinha uma cabeça 1000 vezes mais avançada que a minha. Com ela, as marcas ficadas foram imensas, mas apenas sentidas. Não lembro de muita coisa. Lembro que me aplicava Reiki embora na época eu nem soubesse que era Reiki.. Fazia também um trabalho com cores e eu me sentia muito bem.

      A maior marca deixada pela Vanda, foi que eu podia e deveria lutar pela minha liberdade de SER. Pensando agora, com a Vanda, sim, percebi que minha vida começou a ficar mais leve e mais simples e registro também o quanto ainda tudo é tão pesado e confuso apesar de tantos anos passados. Com a Vanda, descobri que tinha direito a sentir prazer sexual, e ali, por volta dos meus 40 anos comecei a gostar de sexo, antes odiado.
      Pude experimentar com seu apoio, um outro homem na vida ( antes foi apenas meu ex marido , meu primeiro namorado). Naquela época, me dei conta de como o sexo deixava a desejar no meu casamento, fato este que me levava a odiar o sexo, mas aí, começou a ficar difícil ir a Niterói e a manter a terapia por questões financeiras.    

      Sozinha, com 3 filhos e tendo que dar conta de ser mãe, pai, dona de casa, profissional etc, precisei encontrar uma terapeuta mais perto de casa para economia de tempo e dinheiro

   Foi aí que encontrei a Sônia. Conheci assistindo a uma palestra e gostei dela. O aprendizado foi imenso. Passei a me amar mais, a me dar maior valor e a valorizar mais meu lado profissional.
     Era muito bom estar com a Sonia, mas por diversas vezes me sentia presa a ela, não conseguindo tomar atitudes se não conversasse com ela antes. Passei um tempo assim e isso começou a me chatear. Decidi então me afastar temporariamente e fiquei por opção sem terapeuta por quase um ano, tentando decidir por mim mesma a minha vida. Foi bem interessante e ali a marca maior foi essa: tomar minhas próprias decisões.
      Voltei para Sonia depois deste um ano e fiquei aproximadamente até 2002/2001 quando decidi que mudaria pois estava sendo elogiada demais e não eram elogios que eu precisava.       Tinha consciência que precisava entrar em contato com a minha parte ruim pois tanto a boa quanto a ruim eram para mim, fantasmas da minha mente doente.
     Lembrei agora que por um breve período ( acho que 2 anos) participei de uma terapia de grupo voltada para o emagrecimento, feita por um psicólogo ( homem ) e uma psicóloga mulher. Não lembro os nomes. Aliás veio o dela: Márcia. Não sei dizer que período foi esse, mas ainda estava casada, querendo me separar e suponho que tenha sido em torno de 1996/97 Eles trabalhavam com pequenos textos, metáforas, que eu adorava e fazia insigths interessantes e ouvia do grupo coisas que jamais tinha imaginado neste meu mundo cor de rosa. A marca maior que ficou dali, foi que para emagrecer eu teria que mexer na minha vida pessoal, nada tendo a ver com a comida em si, ou com uma dieta. Ficou claro para mim, que o motivo pelo qual eu comia, estava vinculado a todas as marcas deixadas pela minha formação até meus 7 anos.
        Após deixar a Sonia e viver uma terapia em grupo, comecei a participar de outro grupo de reeducação Alimentar: Forma leve. A orientadora do grupo é minha atual terapeuta: Yara. Era muito bom ir semanalmente ao grupo e quando cheguei ao peso desejado, perguntei se ela tinha consultório e lá fui eu..
        Perguntei a Yara esses dias se ela podia me dizer quanto tempo estou com ela.

        Fiquei surpresa, pois não tinha a menor noção: aproximadamente 10 anos! 

        Parece que foi ontem!
      Em 2006, fiz também uma formação em Arteterapia onde pude entrar em contato com um mundo de questões e mudar muita coisa. A marca maior desta formação terapêutica foi ser mais confiante e ser mais carinhosa com meus filhos, com as pessoas de um modo geral e ter um olhar bem diferenciado de tudo que já tinha vivido.
      Lembro que na formatura, cada aluno ouvia algumas palavras e o que eu ouvi foi: Alice foi a única que nunca faltou nesses dois anos e a que mais mudou. E foi isso mesmo; Mudei muito, talvez por conta do tempo, as marcas com Yara são para mim, mais claras: pude finalmente expressar meu ódio por minha mãe. Não tenho como esquecer este dia. Fiquei dormente da cabeça aos pés e a sensação foi de morte. Foi tão horrível quanto gratificante.
Outra marca ficada foi a apresentação da Saberj. Até então, eu era meio frustada por não ter feito psicologia e saboreava os grupos de Arteterapia. Ao entrar para a Saberj, muito coisa melhorou.
     A raiva da mãe que eu achava resolvida, vinha a cada workshop. A tolerância e o perceber e respeitar o que o outro pensava, ficaram e continuam cada vez mais claro.
        Há alguma coisa do pai ainda não esclarecida, hoje tenho esta sensação.
        A partir daí, não posso mais delegar as marcas a uma terapia/terapeuta, apenas.
        Hoje sou o que sou pelas marcas deixadas por este conjunto:
       Meus amigos da Saberj, especialmente a Syl, que me ensinou a abraçar sem cobranças, Julio, primeiro homem que aprendi a confiar na vida, Cris, Bel que não tenho nem palavras...
     Devo acrescentar também, meus terapeutas especiais: Meus filhos, meu amigo Gomes, que me ouve sempre com muita paciência, com colocações por vezes incrivelmente terapêuticas. Meu amigo Décio, Com eles, tenho aprendido muito sobre o sexo. Minha prima Ana, que divide comigo suas alegrias e dores, fazendo-me sempre meditar sobre muita coisa.
      Meus professores queridos, que dentro de todo este contexto, e este grupo de terapeutas citados, me deixaram/deixam marcas de ouvir minha intuição, olhar o que está além da palavra, me olhar por dentro, de sentir, de me permitir ser, de não ter que ser perfeita, de que posso discutir sem agredir, de poder me atrasar, de poder ser DD sem culpas, de dizer não e sim, sem querer dizer o contrario, de deixar pra lá, de deixar rolar, de não deixar pra lá, de não deixar rolar, de não ter que agradar a todos, de querer ser alguém melhor e tantas outras coisas que neste momento com certeza estou esquecendo...
   Num trabalho conjunto Saberj/Yara, eu vivia/vivo coisas na Saberj e levava/levo para trabalhar na Yara.
     Mas a marca maior dentre todas, é : poder ser eu mesma, sem medo de ser FELIZ!!
Esta é a mais fantástica de todas.
   Muita coisa ainda preciso ver nesta vida, muita coisa preciso mudar, mas parando e avaliando tudo que já fiz de terapia, mudei muito! Tanto que não conheço bem esta nova Alice e portanto, tome terapia para conhecer e reconhecer mais e mais!