sexta-feira, 21 de maio de 2021

A cura

 

     Hoje, ao entrar aqui no Soldadinho de Chumbo do Recreio, me deparei  com a Dani. Infelizmente em época de pandemia, não pudemos nos abraçar. A nutricionista que não sei o nome, também estava ali, se apresentou e  teceu muitos elogios à escola. Perguntei se ela me conhecia e ela disse : pessoalmente não, mas conheço de fotos. Rimos. Que orgulho que senti dos meus filhos, nora e genro.

    Visitei todas as salas.

    Entrei  aqui hoje, com um sentimento muito diferente de todas as outras vezes. Sempre entrei como se nada disso me pertencesse. O mesmo eu sentia pela PRESC desde o início da pandemia. Tão forte, que  praticamente  a última vez que estive lá foi em 13/3/20. Hoje entrei aqui me sentindo dona, orgulhosa. Interessante... quem sabe agora eu consiga entrar lá também? Quem sabe eu consiga entrar, sentindo o mesmo que aqui : dona apreciando a obra... A passeio, olhando uma coisa ou outra?

    Estou me sentindo bem, feliz, e apesar de não “estar fazendo nada”, me sentindo útil..

    Confesso que exitei mil vezes antes e sair de casa. Quem sabe não é estando nesses dois lugares que meu livro será escrito?  Algo aqui dentro me diz isso...Me deu tanta vontade de escrever!

    Fiquei me perguntando: o que teria ocorrido para mudar o que sentia? Fiquei pensando. Acho que foi uma leve porradinha da vida ( mais uma ) mas desta vez bati na parede e não caí. Esfreguei uma mão na outra tirando a poeira e segui em frente me sentindo mais forte. Estranho. Parece que fui curada de uma grande dor. E como isso revolucionou aqui dentro de mim!

     Neste momento, só tenho a agradecer meus avós, minha mãe, meu pai, meu irmão, meus filhos Amanda , Anderson e Anny,  genro e nora, por este trabalho conjunto, cada um no seu tempo, cumprindo sua função!

                                         Escrito em 19/5/2021

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

E você se foi...

 E você se foi... ainda não acredito. Ainda acho que estou sonhando. 

Eu tenho tanta dificuldade de confiar, de reconhecer um verdadeiro amigo, e agora você se foi... Não consigo imaginar minha vida sem suas risadas, sem ver as sacudidas do peito, se dizendo angustiada ( sempre foi brincadeira ...) mas neste dia 17/12 você se disse angustiada. E estava de verdade . Revejo cada detalhe daquele exame... Combinamos de nos encontrar na tarde do dia 18. Você chegou bem antes. Tinha voltado de uma visita a pacientes. Estava ansiosa. E eu também. Passamos algumas horas conversando, nos emocionando, trocando experiências amorosas. Eu disse: estou com medo de sofrer e escutei: Lili, vai fundo . Eu estou aqui pra te acolher se precisar... e agora? Você não está mais aqui! Não está minha amiga tão querida e não está minha médica, que eu confiava e junto a você tomei uma decisão séria para este ano. E agora? Escutei você contar que tinha “ cismado que estava enfartando, que foi ao médico e isso foi afastado” . E aconteceu...

Ainda bem que contra qualquer protocolo, nos abraçamos, nos beijamos. A lembrança deste momento se repete muitas vezes na minha mente.

Fico me perguntando se este sentir da angústia não tenha sido por conta de estar sentindo antecipadamente o que iria acontecer.
Por outro lado, suas angústias e sua correria por dar conta de tudo, acabaram.
Desejo imensamente que estejas bem. Que vá dar uma olhadinha na minha filha... no seu pai...e que seja acolhida por eles...
Que seus amados filhos daqui, tenham força para lidar com este momento.
Fico negando sua partida... olho suas fotos sempre sorrindo e dói. Dói muito.
Fica comigo a certeza do nosso amor...da gratidão por tudo que fez por mim...
Até breve! 
Meu amor  pra você e por você será eterno...