A imagem que sempre tive de você era de um cara que só pensava em futebol, mulher e sexo, era resmungão, estourado, machão, triste, raramente
sorria.
Foi aí que você chegou de mansinho… os beijos, de chegada e despedida
nos encontros com amigos, eram dados nos cantinhos de minha boca.
Como sempre foi difícil acreditar que alguém tivesse interesse por mim, levei
alguns encontros tentando entender o que estava acontecendo, até que um dia,
perguntei e você respondeu.
Perdi um pouco a lembrança da ordem dos fatos, mas saímos algumas vezes para comer pastel, pizza, bater longos papos e os beijos reais aconteceram.
E como foi bom! Seu cheiro, seus beijos, o calor do seu corpo eram e são
deliciosos.
Um dia, combinamos de jantar no siri, mas mudamos o rumo. Foi tudo
estranho. Fiquei sem entender o que estava acontecendo, e você levou um ano.
Exatamente um ano ( você marcava e desarcava) para conversarmos e voltamos
a sair. É obvio que me perguntava o tempo todo o que eu tinha feito. Mas eu não
tinha feito nada. Depois de muitos desencontros, finalmente sentamos e
conversamos.
Você me disse que achou que passou dos limites, e isso justificava muita
coisa, e eu lhe disse que era grandinha e tinha feito e aceitado a escolha. Daí em
diante voltamos a sair e bater longos papos, além de ter a oportunidade de
conhecer uma outra pessoa: carinhosa, atenciosa, preocupada se eu estava bem.
Aprendi e aprendo muita coisa com esta pessoa que me foi permitido conhecer,
que me estimula a ser melhor, desenvolver meu potencial e acreditar em coisas
de mim que nem eu acreditava.
Lembro uma vez que você perguntou: e aí? O que você pensa sobre isso?
E eu respondi: um dia de cada vez. Vamos deixar acontecer e então veremos. E
assim foi. E assim tem sido, até que um dia me apaixonei, e achei justo lhe
contar.
Na mesma hora você respondeu na lata: eu não vou me apaixonar, e apesar
de previamente saber disso, doeu um pouco ouvir . Você sumiu mais um
pouquinho, mas desta vez não demorou muito. Voltamos a sair. E toda vez é
sempre muito bom.
Apesar de saber que amor romântico é coisa de adolescente, que não existe,
que você não acredita nisso e que odeia padrões, o meu mundo cor de rosa
está sempre aqui. Fui aprendendo a ser mais racional e aproveitar o momento. O
que era e é possível. Tem sido bom.
As vezes que saímos é sempre ruim deixá-lo, mas é o que é. Cresci muito
sexualmente. Aprendi que sexo é mais que natural e passei a gostar. Um dia, te
enviei algo do meu lado cor de rosa, adolescente e você respondeu: Do meu jeito,
eu te amo! Eu não sabia o que sentir naquele momento. Fiquei confusa pra variar
um pouco, e me perguntava: qual o seu jeito de amar?
Confesso que nunca pensei em ouvir isso de você, mas gostei muito de
ouvir. Ou ler.
Nunca lhe disse isso, pois sinceramente fico apreensiva se vai sumir.
Mas você sabe que não precisa sumir. Seja lá qual for a sua decisão, vou
procurar entender e aceitar. Se sumir, vou sofrer um pouco, mas uma hora passa,
como tudo na vida.
Por este motivo, acho que está na hora de dizer:
Do meu jeito, eu te amo! E que este amor seja eterno, enquanto dure para os dois.